O Projeto@LetrasEmRede foi criado com o objetivo de gerar e validar metodologias de aprendizagem com o uso pedagógico de tecnologias que contribuam para o desenvolvimento das competências do professor do século XXI, e para a melhoria da qualidade da educação. Vivemos em uma nova conjuntura digital, marcada pela presença determinante da Internet e das tecnologias de informação e comunicação. Isso influencia todas as instâncias da sociedade, não seria diferente com a educação. Essas novas tecnologias estão repletas de oportunidades e, ainda que, possuam alguns desafios, temos de procurar utilizá-las.
Diante de todos os meios inventivos e tecnológicos, a educação formal sofre um processo interno de mudança, instaura-se a urgência de o educador integrar esse aparato digital em suas práticas, ressignificando a produção e a reprodução de conteúdos em sala de aula. Em tempos de Pandemia - Covid 19, a necessidade de descobrir novos modos de ensinar e aprender vem à tona com mais premência. Como ensinar e aprender na era digital? Como usar nas redes sociais, por exemplo, a geração de conteúdo e conhecimento em um processo colaborativo entre aluno, professor e público? Como podemos lidar com esses fatos em nossas práticas? Qual o papel do novo professor do século XXI na criação, aplicação e manutenção de metodologias para a sala de aula digital? Como o processo de ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa e Literatura pode ser potencializado a partir do uso das ferramentas digitais?
Em seu livro Linguagens líquidas na era da mobilidade, Santaella (2007) denomina a essa nova geração tecnológica de era das Tecnologias da conexão contínua: telefones celulares e outras tecnologias nômades. E afirma que todas as gerações tecnológicas criam impactos sociais, econômicos, culturais e cognitivos, que dependem da natureza e do grau de adesão em cada cultura. A data que marca o início da geração de nativos digitais varia, segundo os pesquisadores, entre 1980 e 1994. Na tentativa de compreender melhor o comportamento desses jovens, novas denominações surgem como formas de caracterizar “minigerações”, conforme maior ou menor familiaridade com os recursos da rede. Os que hoje têm entre 25 e 40 anos são chamados geração X; os que estão agora com idade entre 14 e 25 anos comporiam a geração Y, também conhecida como geração Millenial; e a mais nova dentre todas elas é a geração Z, indivíduos que contam com no máximo 14 anos. Os jovens da geração interativa têm uma vida intensamente mediada pelas tecnologias. Diante desse cenário, como educar essa geração? O que ela busca? Como despertar o interesse desses jovens? Quais seriam as expectativas e dificuldades dessa juventude do século XXI ?
Santaella (2004), alerta-nos, em seu livro Navegar no ciberespaço – o perfil cognitivo do leitor imersivo, que se faz necessário entender que o jovem é um leitor imersivo, que navega e não grava na mente, porque se utiliza de memória temporária. “O jovem conecta fragmentos de informação, criando uma sintaxe hipermidiática. Acresce: Os jovens têm mentes distribuídas, são capazes de ver quatro telas ao mesmo tempo, porque possuem uma atenção parcial contínua. “Eles têm outro tipo de mente, porque possuem a capacidade de se comunicar por vários canais”, e completa: “O mínimo que a gente pode fazer é compreender o que há nessa capacidade e [...] nos solidarizarmos, para ver qual participação podemos ter”. E de posse dessas informações, o professor pode descobrir como agir em contextos educativos.
Diante desse contexto, a necessidade de introduzir mudanças inovadoras no sistema escolar a partir dos novos recursos tecnológicos aparece com força cada vez maior. Assim, como forma de mudança e inovação educacional, utilizou-se a internet como um recurso producente à educação e foram produzidos pelos professores digitais em formação, do curso de Letras, da Universidade do Estado do Amazonas-UEA, podcasts e videolaulas fundamentados em conteúdos curriculares de Ensino Médio e dos Editais do Vestibular e SIS-UEA -2020.
Os trabalhos desenvolvidos pelos acadêmicos de Letras -UEA, se não respondem a este Novo Modo de Ensinar e Aprender no século XXI, ao menos contribuem como uma fonte de consulta sobre as ferramentas que a nova era digital proporciona aos processos pedagógicos na sala de aula. Reúnem-se aqui, experiências relevantes e descobertas metodológicas sobre as possibilidades que a era digital traz para contexto educacional. Embora saiba-se que a tecnologia por si só, não vá conseguir introduzir as mudanças necessárias no sistema escolar, essas mudanças não acontecerão sem a tecnologia – condição necessária, mas não suficiente, das mudanças que o sistema escolar exige no Brasil.